quinta-feira, 22 de maio de 2014

Aqui na Bélgica descobri um novo alimento: o aspargo. Eu já conhecia sua aparência dos supermercados do Brasil (principalmente as versões em conserva), mas nunca havia provado. Há alguns dias, a querida proprietária da casa onde moramos, Karine, preparou uma refeição que, segundo ela, é típica da Bélgica: aspargos brancos com presunto de parma, ovos e tempero verde, acompanhados de torradinhas e manteiga derretida. Ela cozinhou os aspargos, de modo que eles estavam muito macios. Seu sabor é suave, para meu paladar leigo lembrou o milho, e combinou muito bem com o presunto, que tem um gosto mais marcante.

Na Europa, a estação dos aspargos vai de abril a junho (chegamos na hora certa!). Aqui onde moramos, os de cor branca são os mais comuns, mas existem outras variedades, como o aspargo verde e o italiano, que tem uma coloração violeta. É um alimento bem versátil, podendo ser servido frio, quente, gratinado, em sopas... Além disso, é muito saudável, rico em minerais, ferro, cálcio, potássio, fósforo e vitaminas A, B e C. Uma porção de 100 gramas contém apenas 20 calorias! E a melhor notícia é que, segundo o Instituto Nacional do Câncer, o aspargo ainda é um aliado na prevenção e no combate à doença por possuir altas quantidades de glutationa, importante antioxidante e protetor celular.
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Chicória é uma folha e serve para fazer salada, certo? Embora deva confessar que não lembro de ter provado o tal vegetal nenhuma vez, essa seria minha descrição de sua imagem e de seu uso. Mas como viajar também é expandir os horizontes, foi só desembarcar na Bélgica que descobri outra utilidade para a folhinha. Ao comprarmos nosso primeiro pote de café solúvel, não notamos nenhuma diferença aparente: a cor era a mesma, a consistência também. Porém, quando provamos, logo sentimos que ele era mais fraco do que o brasileiro e que o gosto não era exatamente igual. Uma rápida olhada no rótulo sinalizou que havia algo estranho ali. Apesar de não dominarmos nenhuma das línguas nas quais as informações sobre o produto eram fornecidas (francês, holandês e alemão), logo identificamos uma palavra familiar: chicorée. A princípio desconfiamos que se tratasse de um falso cognato: a ideia de ter algo parecido com alface misturado no café era bizarra demais para nós. Mas o Google rapidamente dissolveu a dúvida. Parece que a onda de misturar café com raiz de chicória teve início na Holanda durante o século XVII e logo se alastrou por outros países da Europa, inclusive a Bélgica, que é ali do ladinho. A ideia inicial do mix era fazer o café render mais. Hoje, o Chicorée-Café é bem comum por aqui. Por isso, caso você venha para esses lados e tenha algo contra chicória, verifique o rótulo com cuidado. Quanto a nós, já nos acostumamos. Nosso pote com 60% de café e 40% de chicória tem 100g, então ainda vai durar um tempo. Depois a gente vê se volta ou não para o tradicional.